Onze conselhos para o bom leitor
1 Ler a leitura antes. Se puder ser, em voz alta e várias vezes.
Lê-la para entender o seu sentido, e para ver que entoação
se deve dar a cada frase, quais são as frases que se devem ressaltar,
onde estão os pontos e as vírgulas, em que palavras se
poderá tropeçar, etc.
2 Estar preparado
e aproximar-se do ambão no momento oportuno, isto é, não
quando se está a dizer ou a cantar outra coisa. E procurar não
vir de um lugar distante da igreja; se for necessário, deve aproximar-se
discretamente, antes do momento de subir.
3. Quando estiver
diante do ambão, deve ter em conta a posição do
corpo. Não se trata de adoptar posturas rígidas, nem,
pelo contrário, ler com as mãos nos bolsos, ou atrás
das costas, ou com as pernas cruzadas ...!
4. Colocar-se
à distância adequada do microfone para que se oiça
bem. Por causa da distância, frequentemente, ouve-se mal. Não
começar, portanto, enquanto o microfone não estiver ajustado
à sua medida (que deverá ser feito antes: a medida adequada
costuma ser a um palmo da boca e na direcção da mesma).
E lembrar-se que os estampidos que acontecem ou os ruídos que
se fazem diante do microfone são ampliados ...
5. Não
começar nunca sem que haja silêncio absoluto e as pessoas
estejam realmente atentas.
6. Ler devagar.
O principal defeito dos leitores, costuma ser precisamente esse: ler
depressa. Se lermos depressa, as pessoas, com algum esforço,
poderão conseguir entender-nos, mas aquilo que lemos não
entrará no seu interior. Recordemos: este continua a ser o principal
defeito.
7. Além
de ler devagar, há que manter um tom geral de calma. Há
que afastar o estilo do leitor que sobe à pressa, começa
a leitura sem olhar as pessoas e, ao acabar, foge ainda mais depressa.
Não deve ser assim: deve-se chegar ao ambão, respirar
antes de começar a ler, ler fazendo pausas nas vírgulas
e fazendo uma respiração completa em cada ponto, fazendo
uma pausa no final, antes de dizer "Palavra do Senhor", escutar no ambão
a resposta da assembleia e voltar ao lugar. Aprender a ler sem pressa,
com aprumo e segurança custa; por isso, é importante fazer
os ensaios e provas que forem necessários: é a única
maneira!
8. Vocalizar.
Ou seja, remarcar cada sílaba, mover os lábios e a boca,
não atropelar a leitura. Sem afectação nem teatro,
mas recordando que se está “actuando” em público, e que
o público tem que captar tudo bem. E uma actuação
em público é distinta de uma conversa na rua.
9. Não
baixar o tom nos finais de frase. As últimas sílabas de
cada frase têm que se ouvir tão bem como todas as restantes.
Infelizmente, a tendência é para nestas sílabas
se baixar o tom tornando-as ininteligíveis.
10. Procurar
ler com a cabeça levantada. O tom de voz será mais alto
e, portanto, mais fácil de captar. Se for necessário,
deve-se pegar no livro, levantando-o, para não ter que baixar
a cabeça.
11. Antes de
começar a leitura, olhar a assembleia. No final, dizer "Palavra
do Senhor", olhando a assembleia. E, ao longo da leitura, com naturalidade,
olhar também de vez em quando. Estas olhadelas, no meio da leitura,
não se têm que impor como um propósito, o que seria
artificial. Mas se sair naturalmente, poderá ser útil,
especialmente nas frases mais relevantes: ajuda a acentuá-las,
a criar um clima comunitário, e a ler mais devagar.