História de Mundão
- O nome provém, como a maioria das localidades portuguesas do latim. Pensa-se que poderá vir de «montanus», que significa habitante da montanha/monte, por se localizar num local alto e com uma boa visibilidade sobre a cidade de Viseu. Evoluiu, no século XVII para «Mondam ou Mondao», como se pode ainda ler no cruzeiro que precede a chegada à Igreja matriz, no centro da localidade. Neste cruzeiro, localizado no largo de Góis, pode ler-se: «Este cruzeiro mandarao fazer 14 devotos do lugar de Mondao a sua custa pelas almas Padre N AUE M. 1746». Esta evolução permite pensar que a origem da palavra também possa provir de «mondador» ou «mondadeira», deixando antever que se tratava de uma terra fértil e de cultivo, talvez parte de um feudo, na idade média, propriedade de algum Senhor Feudal ou Nobre (a arte de mondar consiste em retirar as ervas daninhas, de modo a permitir que a «boa semente» cresça e se desenvolva, de modo a produzir fruto) ou ainda estar ligado às caraterísticas geológicas do território, pela abundância de «mondina», substância pétrea normalmente associada às minas de estanho. Não havendo consenso sobre a real origem da palavra, também não há dados sobre a sua história mais antiga. Em vários livros da história da região, há referências aos «Cavaleiros de Mundão», o que deixa antever a possibilidade de ter sido um local frequentado por nobres. Mundão encontra-se documentado desde o ano de 1258, aquando das Inquirições de D. Afonso III – «Martinus Pelagii quondem judex de Viseo juratos et interrogatus dixit, quod in Mondon habet rex unam cabalariam et habetunam facariam de julgata…». Sem se saber ao certo qual a significação a atribuir a este topónimo, a voz do povo prevaleceu conservando-se a forma por eles utilizada – Mundão. Na idade média foi atribuída Carta de Foral a Nespereira de Mundão, uma das atuais povoações da freguesia, mas à altura povoação independente de Mundão. O título de concelho foi-lhe atribuído durante o reinado de D. Manuel I, em 1514 porém, os documentos posteriores não referem a sua existência como unidade municipal autónoma. No século XVIII, em algumas cartas régias, é apenas considerado reguengo. Provavelmente foi extinto no século XVII tendo, no entanto, permanecido como terra reguenga. A criação efetiva da freguesia deu-se no ano de 1510 e tornou-se paróquia, já titular de Nossa Senhora da Conceição, dois anos mais tarde, em 1512. Com o decreto de 6 de novembro de 1836, que definiu a circunscrição do Concelho de Viseu, Mundão passou a freguesia administrativamente autónoma. Mundão tem também alguns monumentos dignos de referência: a existência de vestígios de uma anta, situada perto do atual estádio de futebol, deixando perceber que já na pré-história terá sido habitado pelos seres humanos e ainda vestígios da existência, no tempo dos romanos, de uma estrada, que ligaria Visonius (Viseu) à cidade de Roma (para onde confluíam e de onde partiam todas as vias, como é do conhecimento geral, nessa altura). O seu brasão de armas é constituído por um escudo azul, banda de prata de cinco ordens, empedrada, lavrada de negro, acompanhada de flor-de-lis de ouro à dextra e coroa real antiga, aberta, de ouro, à sinistra. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco com a legenda a negro em maiúsculas : "MUNDÃO - VISEU". [in Wikipédia]
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